Paquetá fecha fábrica, mas nega falência e segue operando nas outras unidades

A Paquetá fechou a sua fábrica em Teutônia, no Vale do Taquari. Segundo a fabricante e varejista do setor de calçados, a produção

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A Paquetá fechou a sua fábrica em Teutônia, no Vale do Taquari. Segundo a fabricante e varejista do setor de calçados, a produção do local foi redirecionada para outras unidades para redução de custos. A empresa já enfrentava uma crise financeira há alguns anos, pediu recuperação judicial em 2019 e, agora, enfrenta, como o restante do setor, os impactos da pandemia na economia. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Calçado e Vestuário de Teutônia, Roberto Muller, os 130 funcionários já cumpriam aviso prévio desde março, quando foram comunicados da sua demissão.

Uma informação circulou no mercado de que o grupo Paquetá teria entrado em falência, o que é falso e está gerando transtornos para a empresa. Advogado que atua no processo, Márcio Louzada Carpena, do escritório Carpena Advogados, esclarece que o processo de recuperação judicial continua normalmente. A assembleia de credores para avaliar o plano apresentado pela empresa deve ocorrer após passada a pandemia, assim como está ocorrendo também com outros empresas. 

- Inclusive, estamos identificando a origem dessa informação e vamos acionar judicialmente os responsáveis. 

A coluna também conversou mais cedo com Rafael Brizola Marques, representante do escritório Brizola e Japur Administração Judicial, que foi nomeado pela Justiça para atuar como administrador judicial no processo da Paquetá. Ele também afirmou que a recuperação judicial prosseguia como o previsto e que o fechamento da unidade de Teutônia já estava na estratégia de ajustes da empresa para sanear as finanças do negócio.

Redução do quadro de funcionários

No início do mês, o grupo Paquetá fez uma leva de demissões que chamou a atenção no setor. Em recuperação judicial e com cerca de 10 mil funcionários, a empresa não informa o número de desligamentos, mas fontes que acompanham a situação da empresa falam em cerca de 1,5 mil trabalhadores dispensados. 

A assessoria jurídica da empresa garantiu para a coluna que os acordos de pagamento dos ex-funcionários estão sendo pagos desde o dia 9 de abril. Além disso, avisou que o que está acontecendo são ajustes nos valores pagos, em conformidade com um segundo acordo realizado com os sindicatos.  

Crise calçadista

De fato, o setor calçadista está sofrendo bastante com a crise causada pelo coronavírus. Na última segunda-feira (20), uma atualização da Federação Democrática dos Sapateiros do Rio Grande do Sul já contabilizava 4,5 mil demissões nas indústrias de calçados, mas o número já subiu desde então. 

Fonte: GaúchaZH